Quatro de setembro de 2015
Sexta-feira
Esse foi o dia
Deus testou a sua fé
Quando um monstro te pegou
Na porta da Catedral da Sé
Uma mulher feita de refém
Por um louco pronto pra matar
Com uma mão a enforcava
E com a outra ele pretendia atirar
No desespero ela segurava a sua mão
Pessoas se amontoam e começam a filmar
Mesmo com tantas não surgiu
Uma pra ajudar
Os policias que estavam naquele momento na praça da Sé
Eram de rua, sem experiência ou preparo para uma ação rápida
Em meio ao desespero
E tanta agonia
Do anonimato para se tornar um herói
Um homem viria
Ele tragou o último cigarro
Sem pensar subiu a escadaria
Pouco se importando
Com o que lhe aconteceria
No mento certo jogou-se sobre
Aquele sujeito
Que puxou a arma e atirou
Em seu peito
Com 61 anos
Ele não descansou
Levantou-se e
Outro tiro ele levou
Mas ainda não acabou
Ele teve que insistir
Aquele bandido ele não podia
Deixar partir
Gravemente ferido
Não fiquei sossegado
Até te ver em minha frente
Complemente baleado
Vendo a sua morte enfim
Pude descansar
Repousei na porta da igreja
Pra não mais levantar
Afastado da família
Da rua era morador
O álcool acabou com sua vida
Mas não com espírito de um senhor
Histórico sujado
Há anos o bem é sua ação
Essa é a história de um home
E sua redenção
Francisco para sempre
Te honraremos
Cê queria ser lembrado?
Pois nunca te esqueceremos
Você estaria disposto a dar sua vida
Por uma pessoa que não conhece?
Alguém que você não sabe se é bom ou ruim
Se merece ser salvo ou não?
Francisco Erasmo Rodrigues Lima
O herói da Sé